O caminho de volta  

Posted by Jean Leal



-Para a minha querida Juliane Ravaneli.


Foi assim que começou, um acaso ou talvez algo planejado, mas isso não importou quando vimos que mesmo sem querer aquilo deu certo, tal como um encaixe perfeito.
Eram dias, tardes e noites sentados frente a frente, por diversas vezes rindo e muitas vezes ríamos até do que não fora engraçado, na verdade, não ríamos por ser engraçado ou não, mas sim por sermos felizes estando um ao lado do outro.Éramos felizes e a cada encontro essa felicidade se manifestava em nossas palavras e atos, muitas vezes sem nexo para os outros, mas completamente compreensível pra nós mesmos.Dia após dia nos descobriamos e chorávamos as nossas dores de amor e até mesmo de nossa tão confusa juventude, talvez isso que nos unira cada vez mais e quando percebemos já tinhamos entrado na vida do outro e não víamos jeito de voltar.
Amigos, irmãos, parceiros e todos esses clichês que usam era pouco pra nos definir, éramos verdadeiros amigos e sem sombra de dúvida seria aquilo somente.Saber que seu coração tinha um novo amor me alegrou imensamente como se eu estivesse apaixonado de novo, enquanto eu sofria por amor que tinha ela se encantava e se perdia em um outro, mas
mesmo assim eu me alegrei, era a felicidade dela retornando, eu via a sinceridade no seu sorriso e o brilho dos seus olhos se tornavam verdadeiros poços de felicidade e a euforia
de vê-la assim me fez aprender que por mais que estejamos amando a mesma pessoa faz tempo, só perderemos o encanto se quisermos, pois o amor nunca falha.
E de repente aquilo iria se perdendo, como se aos poucos a levassem pra longe de mim sem que eu ou ela percebesse.E meus recados eram ignorados num ato de desespero ou obediência a algo que não cabia a mim mudar, o amor então nos impôs regras, que naquele instante eu não sabia se eram ou não reversíveis.
Foram noites de sono perdidas.Tudo o que passamos se resumia a lembranças que partiam de minha mente solitária até um submundo fora do real e eu não sabia a diferença
de nossa realidades, mas mesmo assim as lembranças me eram tão fortes que me provocaram a felicidade mais doída da vida: a saudade.
A saudade me levou a feitos que em nenhum outro momento eu tinha feito, fui como um louco e procurei todos os meios possíveis para reencontrá-la, mas eles eram inúteis diante de sua intrépida e estúpida rejeição.Foi então que quis abandonar tudo, mas o sentimento era mais forte, o receio de perdê-la totalmente me deixava confuso e me fez continuar como alguém que luta pela sobrevivência. Eu tinha a esquecido, mas a dor de perdê-la me fazia evita-la ou evitar as suas lembranças,porém, o fim é sempre feliz, mesmo que isso seja um clichê.
E raiou um novo dia, mas sem nada de importante, talvez num gesto de simplicidade eu a visitei aquele dia, mas sem esperanças.Dentro de mim já corria a amarga dor de
uma perda quando fui surpreendido!Ela veio até mim não com um falar suave como era costumeiro, muito pelo contrário, o seu falar era tímido como o de uma criança quando faz besteiras.Dava pra sentir o cheiro do arrependimento nela, mas eu não poderia simplesmente perdoá-la, seria um ato de descaso ou até mesmo desleixo, mas não quis pressioná-la.E com seu falar tímido, porém encantador como o de sempre ela desabafou, não em prantos visíveis, mas perceptiveis...Me envolvi em sua atitude de defesa e a compreendi como se já tivesse passado pela mesma situação.Confesso que chorei com ela ao saber de tudo e mesmo assim não ter o que dizer, porém o sentimento que sempre me dominara desde o começo de nossa amizade mais uma vez veio a tona e com uma fala lenta, drámatica e ao mesmo tempo feliz eu a perdoei.
E a saudade tornou-se em uma felicidade incompreensível, o mundo, enfim, voltou a ser o que era.Se pudéssemos nos abraçaríamos e choravamos juntos a felicidade do reencontro, mas não podíamos, porém ela não sabe de um detalhe.Durante todo esse tempo eu a abraçei, em meus versos, sonhos, canções e poesias.Nos abraçamos com a força de nossos corações que mesmo distantes batem no mesmo ritmo e tão próximos um do outro.
Enfim, ela voltou.Talvez ela nunca tenha ido, mas meu coração - agora tão feliz - sempre esteve com ela.






His dear,



                                                                            Jean Leal






This entry was posted on 2 de out. de 2009 at 21:46 . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

5 Bondosas pessoas que comentaram

Bonito texto sabe escrever muito bem

2 de outubro de 2009 às 22:07

Que lindo Jean!Amizade mesmo?!Se for é uma das raras que vejo verdadeiras!*.*

Bjs!

3 de outubro de 2009 às 11:08

Cara, é sério, tem lágrimas aqui escorrendo.
Isso foi completamente lindo *---*
Essa guria deveria saber que é MUITO MAS MUITO sortuda, porque toda essa devoção a alguém é realmente precioso demais.
Ai, amei *-*

3 de outubro de 2009 às 12:03

que vc seja feliz e que ela não parta seu coração ...


www.imarty.tk

4 de outubro de 2009 às 13:32

o cara, bonito mesmo
me emocionei aqui ;P
sentimento muito bonito que tu tem por ela,
parabéns ae e sucesso+sorte ;P
abraço

7 de outubro de 2009 às 01:03

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